sexta-feira, janeiro 30, 2004

O sumo espremido dos sentimentos que provocam a tua alma, perguntam.

De que cor é a tua língua?
De que cor é a minha?

É vermelha do intenso da sua dança.
Num eterno encontro líquido de amor e saliva.

De que cor é a língua do teu Anjo?

A língua do meu anjo é um céu cheio de estrelas,
Um azul profundo de pintas brancas brilhantes e rosáceas.


Penso no amor com que os dias de conjuraram e na tendência cristal dos verbos que chegarás a falar.

Não tenho “nada” para vos escrever.
Não tenho “nada” para vos contar.
Uma vida não é, não é para a deixar com nadas.

Com coisas que consumem tempo e nada são,
Quando nos pedem para contar sobre elas.
E não há palavras, não há emoção.

Nada, estamos tão fartos de “nada”.
Estamos tão cansados de “nada”.
Saturados, tensos e irritados com os nadas que tomaram conta.

Nada, nada nada?
Nada de especial, nada de anormal.
Nada de mais, não vi nada.
Nada disso, não sei nada.
Não me lembro de "nada",
De
Nada nada,
Nada para nada...

Não tenho nada de nada,
Não “nada” para vos escrever,
Não tenho.
Não tenho “nada” para vos contar.

Não falo de nem sobre nadas.
Não escrevo sobre nadas.
Não conto.
Não escrevo.
Nada mesmo?
Não, já te disse que não.
Não tenho “nada” mesmo.


Não...

terça-feira, janeiro 20, 2004

Moon River

Moon river wider than a mile

I’m crossing you in style someday

You dream maker, you heartbreaker

Wherever you’re going I’m going your way

Two drifters off to see the world

There’s such a lot of world to see

We’re after the same rainbows end

Waiting round the band

My huckleberry friend, moon river
And me

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E é esta a música que me dá alento neste momento*.
Se quiseres ouvir, segue-me.
(http://www.sanandapromotion.com/moon_river.html)

* e que também costumo cantar para mim ;-)
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segunda-feira, janeiro 19, 2004

Uma estrela que regressa procurando palavras até casa.

Vejo a Lua,
E vejo a Senhora.
Colocando Estrelas no grande Azul.
E a Lua num halo de loucura em Paz.
Encostada sobre a Tranquilidade lírica e mística.
Distribuindo um brilho suculento e húmido sobre a sensibilidade dos meus lábios.

Entretenimento de rascunhos acobreados e prateados.
Chispas douradas e fagulhas cor de rosa.
Pensamentos de creme e bocas de algodão.
Dedos tropicais e polpa de papaia.
A ponta da língua, a ponta da unha, o fim da pestana.
O meio do cotovelo.
Extremidades descobertas no azul escuro.

Doce de romã, pardais encarnados.
No pomar, onde caem pêssegos gelados com hortelã.
Sobre cálices de vinho quente e aromático..

Confundo framboesas e amoras, com realidade e sonhos.
Poesia floral ligada ao vento.
Carinho de brisa, aconchego de chá.
Saudade de terra e argila humedecida.
Chuva púrpura.
Sol de maracujá.
Regresso do esquecido novelo de lã.
Encontro a sós, tu e ela na janela para a árvore de pêras e figos gémeos.
Duravante, a morada do sossêgo
Açafrão e sésamo.
Diospiros maduros e mel.

***
Suspensos na suavidade dourada espessa como Azeite.
***

Vem, estamos à tua espera.
Ligados à sedução das palavras que deixamos para tu morderes.
Como anzóis indolores, que provocam explicações de coisas passadas,
antes incompreendidas, onde sofrias e gemias.

Vem, embalado nas correntes perfumadas de sentido que ligam as frases que tornas tuas,
que te fazem sorrir, que te demonstram a incomessurável importância que tens, que te seduzem,
que te chegam no momento certo e que te agitam a liquidez da alma.

Vem reclamar a tua revolução,
regressa à tua morada.



Comunicado parcial aos confusos

Encontro as estrelas no céus, trocando sons de luz.
Sinos cósmicos de uma alvorada prometida.

Se alguma vez acordas-te sentindo que uma destas manhãs não seria mais igual às outras que tiveste até aqui, sabes do que falo.
Pode ser que não queiras acreditar.
Mas escolhe.
Escolhe o queres.
Porque não podes parar o som que está vibrando cada vez mais perto de ti.
Penetrando as tuas muralhas, integrando-te conscientemente da confusão onde vives.

Sim a confusão é um ponto de partida, um convite intenso.
Um mergulho gelado no alto oceano durante a noite sem estrelas.

------- A parcialidade significa neste caso, o resto do comunicado que só tu podes completar -----------------

A relva não enconde o chão, mas parafraseia em tons de verde a fecundidade da terra.
E é magia, as cores que secretamente aguardam na escuridão profunda pela vida à superficie.

Tu és uma Terra.
Tu és teu.
Dentro do teu corpo, estão os teus segredos.
Perguntem-no a uma Mulher.

Trata bem de ti.
Tu és uma estrela de muitas cores.

------- Há coisas que só tu podes fazer. -----------