sexta-feira, setembro 07, 2007


Dentro do ar,
respiro uma voz que me beija nos lábios e no coração.

Eu sinto.

Dentro de um movimento lento e espesso,
enternecido pela intensidade com que sentimos a precipitação da distância aproximar;
Ela afasta-se da minha boca lentamente sorrindo.

Dentro, ainda na ausência do fim,
um sabor completo, denso e suspenso na pausa húmida de dois lábios simétricos.

Eu saboreio.

Em segredo, eu dentro entro,
entre perfumes intensos na ebulição de lentos significados de fusão suculentos,
saboreio o universo e intoxico-me com a presença da vida e da morte e da noite e do céu e das estrelas!

Na excitação de pertencer há eternidade de todos os movimentos e contéudos divinos,
derreto e entrego-me.

(porvezes só me apetece morrer dentro deste sentir,
em todos os outros momentos procuro como viver dentro desta qualidade de tempo)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Só agora descobri do teu belo espaço de escrita. Bela prosa poética! muito intenso e muito dentro da minha verdade também. Obrigada. Se quiseres espreitar o meu blogue, no qual não tenho escrito por impossibilidades informáticas é: www.ceandocomigo.blogspot.com
Um beijo de ternura,

Clara

22 de março de 2008 às 21:50  

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