terça-feira, fevereiro 10, 2004

"Defrosting leaves me quite vulnerable"

Hoje criei algo que me fragilizou, que me descongelou.
Que fez realidade em mim de um sonho congelado.
Escrevi um texto, e doeu como um nascimento exige que doa.
E escrevi no seu coração que ele era da autoria daqueles que procurasem um novo ritmo cardíaco.


Pergunta-me se custou.
- Custou-te J*?
- Bastante meu Caro inquisitor amável.
O exactamente suficiente para me fragilizar durante o dia. Para lançar algumas questões eléctricas na atmosfera interior.
O necessário para tapar o Sol.

Estou aqui sentado.
Numa posição que não decoro, num lugar comum: o meu sofá.
Não sei o que escrevo, mas sinto que devo.
Sei que quero.
Reconheço-me no desejo.

Também estou cansado, meio ensonado.
Sinto tristeza, mas ela é-me sagrada.
Não é vazia, é cheia de significado.
Rima com algum medo, é acompanhada de um grande mistério.
Eu aceito-o.
Afinal é Viver.
Reconheco que estou bem vivo.
Medo, tristeza, mas doce e poderosa.

Não me importo de agora não ter respostas.
Se sossegar conseguirei escutá-las, pois elas estão tão vivas quanto as perguntas.
E ambas vivem em mim.
Sim eu tenho medo, muito em certos momentos.
Mas não tenho medo de ter medo.

Vem medo, veremos do que me falas. Falaremos da fragilidade da tua escuridão e da leveza da minha luz.
Eu te darei a absolvição que te transformará numa espiral ascendente para fora da cegueira, a caminho do céu.
Tu me demonstrarás o mistério dos teus criadores universais.
E me impregnarás de dúvidas que sentirei como serpentes dispertando no trajecto entre a mente e o coração.

Essas serpentes tornar-se-ão dragões solares.
Raios dourados com luz própria recitando poesia iridiscente com o Sol.

Alterando a química da minha relação rítimica comigo próprio.

Abençoada T*!
Tu és aquilo que eu não consigo escrever, mas que consigo viver e acreditar.
Porque acreditar em ti é acreditar em mim deus.
E o meu deus, minha deusa, está na luminiosidade reveladora e curadora da tua simples presença no meu coração.
Querida T*