Comunicado de ti para ti a cores.
A ti que estás confuso e a ti que estás confusa.
A ti que és um anjo, e que conservas ansioso/a as grandes surpresas que te esperam.
A nós todos que sentimos uma incrível vontade de viver uma vida nova,
camuflada por uma vontade triste de morrer.
A ti, a mim e a eles que vivemos momentos de profunda mudança.
Estas palavras devotam-se em teu serviço.
E propõem em cada sílaba uma forma diferente de te adorar.
Abre a tua casca e permite a tua luz subtrair de ti o peso que te impede a tua leveza original.
Estas palavras são tuas, não são de mais ninguém.
Este ecrã é um espelho do teu grande sentido ansioso por preencher frases,
se assim desejares.
É um comunicado da tua autoria.
O que te confunde, o que te diz?
Diz que estás perdido/a, alerta-te emocionalmente para essa insegurança?
Sim, dirá que não sei onde estou, que não sei para aonde vou.
Que tenho medo, que preciso do conforto e carinho das respostas às minhas dúvidas cortantes.
Que me sinto só, embora não esteja só, embora ainda que algumas vezes seja eu que desejo sentir-me só,
Uma vontade emotiva de despir as máscaras e recolher-me na minha nudez, durante momentos sem tempo, distante do mundo.
Que derrepente dei conta de estar imerso/a num frenético caos pessoal escuro.
Sinto que é importante acabar com esta fase, não sei como.
É grande a saudade por respostas que um dia devo ter conhecido, porque sinto falta delas em mim, como pedaços que caíram com o tempo.
E esta saudade são uma abundância de perguntas e mais perguntas, querendo amar.
Uma força magnética construída para atrair respostas transformadoras.
O que te confunde, o que te diz?
Tanta coisas ela me diz.
São tantas as coisas que pergunto que ainda não entendo, que não seria capaz de escrever se me pedisses.
Que não te seria capaz de explicar se me perguntasses.
Que não quero falar sobre isso, porque me doi, porque me doi visceralmente.
São tantas vozes porvezes, falando ao mesmo tempo. Às vezes parece que tenho o mundo dentro da cabeça.
Uma central de comunicações, uma linha telefónica dedicada a perguntas dilacerantes.
Sinto que preciso discansar, de parar, de tempo para mim.
Porvezes, são alguns momentos mágicos que suspeitas intimamente,
como dar de caras com uma certeza muito bem escondida dentro de ti,
que tens uma tarefa importante a cumprir na tua vida.
Que tens uma história a escrever, que só tu podes preencher.
Algo que te distingue de todo o resto do mundo, que te dá o sentido de Ti.
Nesse momento mágico são soltos na brisa encaminhando-se num trajecto futuro até ti
os perfumes de uma primavera ao longe.
Nesse extâse relembro o meu ânimo, a minha anima, a minha alma.
Mas não sei, porvezes custa tanto acreditar nisso.
Prefiro esconder muitas vezes,
esquecer-me daquele pouco muito pouco que sinto, mas que se distingue de tudo o resto que conheco.
Apercebo-me que é preciso uma força que duvido que tenha para não sucumbir após acreditar em mim.
Porque nos é difícil acreditar quando mais ninguém tem de.
Mas sim.
Sim sinto, ainda que só por momentos em que os segundos não contam.
Ainda que porvezes seja o Sol ou a Lua e as estrelas que me emocionem do que eu sou.
Ainda que seja alguém, sim..., ainda que seja só ele/ela que me faça aperceber disso.
Sim, ainda que só consiga quando me sinto com aquela força misteriosa que me enxagua de todas as preocupações
e me faz sentir poderoso/a.
Sim, Eu sou.
São tantas as perguntas que não têm resposta, são tantas que não percebo o que pergunto,
são tantas que não sou capaz de escrever, são tantas que me fazem sentir perdida/o.
As perguntas perdem-me, elas soltam a confusão mais do que necessária para eu precisar das respostas, como oxigénio.
Mas eu sei que nunca poderia esperar por elas, nos segundos silenciosos que se seguem no fim de uma dúvida existencial.
Porvezes, só porvezes alguém ou algo te demonstra que as respostas que encontram estão para além dos limites inquisitivos
das perguntas que lançam.
Que é preciso viver as perguntas, para a própria transformar-te na resposta.
Que é fácil esquecer as facilidades por não significarem nada do que precisas.
Que ninguém pode fazer o que tu tens de te tornar.
O mesmo anjo que tu és, diz-te.
Vive a tua confusão, tu tens a coragem que precisas.
Honra o convite da tua própria alma em devolver-te ao teu resplendor.
Celebra o teu medo e ansiedade, porque são sinais de que estás em metamorfose.
Permite-me promover o teu ser intelectual junto da leveza do ar, baptizá-lo e convertê-lo em teu devoto oxigenante.
Só unido ao teu coração ele viverá contigo as transformações que já estão a acontecer.
E te dará consciência da força e brilho que tu tens por direito.
Porque tu és aquilo que não se é capaz de escrever, mas que se sente no que se consegue.
Tu és, maravilhosa/o.
God child of the earth
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